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Paris Jackson, Josilane (foto: Marcelo Victor) |
Roteiro de filme, ficção ou relatos de uma mulher doente? A história de uma jovem de 27 anos que está há cinco dias vivendo de doações no Aeroporto Internacional de Campo Grande chama a atenção e levanta dúvidas entre os funcionários do lugar.
O Campo Grande News encontrou a jovem dormindo nos bancos de espera do embarque do aeroporto e logo foi informado por funcionários sobre a situação. Ela chegou no último domingo (30) de carona no terminal e sonha em conseguir uma passagem para a Califórnia, nos Estados Unidos.
O fato mais curioso na história é que ela jura de pés juntos ser filha do cantor Michael Jackson. Como ele morreu, o objetivo agora é encontrar Joseph Jackson, que ela diz ser seu avô paterno.
Sem documentos que comprovem sua identidade, ela afirma em alto e bom tom que seu nome é Sage Galesi Romero Jackson, o nome, inclusive, aparece em ofícios emitidos pela Bolívia, por onde diz ter passado antes de chegar ao Brasil.
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Documentos bolivianos proibindo sua entrada no país (foto: Marcelo Victor) |
Os únicos papéis que carrega são documentos bolivianos, onde ficou por alguns meses, expedidos no mês passado e que proíbem a entrada dela no país. Nos ofícios, consta o nome completo informado pelo jovem e a Indonésia como local de nascimento.
“Eu estava na Bolívia e resolvi vir para o Brasil, um caminhoneiro me deu carona e me deixou aqui no aeroporto. Desde esse dia eu estou aqui e não vou embora”, afirma.
“Eu estava na Bolívia e resolvi vir para o Brasil, um caminhoneiro me deu carona e me deixou aqui no aeroporto. Desde esse dia eu estou aqui e não vou embora”, afirma.
Na pequena bolsa, que não tem nada além de garrafas de água e roupas íntimas, a jovem traz a foto do Michael Jackson com uma criança, que garante ser ela, imagem facilmente encontrada em uma rápida busca na internet.
A convicção com que conta a história e, principalmente, o bom português em que discursa, convence muita gente que chega a acreditar por alguns minutos nas frases soltas por ela. Mas, a cada detalhe, tudo fica mais surreal.
“Eu nasci na Indonésia e aos 7 anos vim para o Brasil, meu pai é o Michael Jackson e eu vivi com ele quando era criança. No Brasil, eu morei com os índios da tribo pataxó, estudei e aprendi a ler e a escrever. Agora eu preciso ir para Califórnia encontrar meu avô e minha tia”, explica.
Sem casa e sem documentos, Sage, como ela insiste em ser chamada, foi parar no aeroporto e depende da doação de passageiros e funcionários para viver. Quem assiste a rotina da jovem afirma que ela parece ser lúcida e que a história comove algumas pessoas.
Sem casa e sem documentos, Sage, como ela insiste em ser chamada, foi parar no aeroporto e depende da doação de passageiros e funcionários para viver. Quem assiste a rotina da jovem afirma que ela parece ser lúcida e que a história comove algumas pessoas.
“Ela toma café da manhã e almoça com ajuda de passageiros. Ela conta a história dela e as pessoas pagam comida pra ela. A gente fica com dó, mas não sabemos como ajudar”, conta uma das funcionárias do terminal que pediu para não ser identificada.
A mulher diz ainda que uma passageira psicóloga conversou alguns minutos com Sage e identificou na jovem traços de esquizofrenia, doença que causa alucinações e tira a pessoa da realidade. Para quem passa pelo local e a vê, a história lembra o filme “O Terminal”, quando o personagem Viktor Navorski interpretado por Tom Hanks viveu no aeroporto porque o país de origem estava em guerra.
O Corpo de Bombeiros chegou a ser acionado na última terça-feira (1º), mas como Sage está bem de saúde, bem alimentada, toma banho todos os dias nos banheiros do aeroporto e não importuna ninguém, não foi levada a força do local.
O Corpo de Bombeiros chegou a ser acionado na última terça-feira (1º), mas como Sage está bem de saúde, bem alimentada, toma banho todos os dias nos banheiros do aeroporto e não importuna ninguém, não foi levada a força do local.
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Durante vários dias, ela dorme nos bancos do aeroporto (foto: Marcelo Victor) |
Sobre a ida para um abrigo público como Cetremi (Centro de Triagem e Apoio ao Migrante), a jovem diz não aceitar. “As pessoas acham que eu sou louca, mas eu não sou. Só quero uma passagem para a Califórnia”, completa.
Veja a matéria feita pelo SBT MS: CLIQUE AQUI!
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